quinta-feira, 7 de junho de 2012


EDVARD MUNCH
1893 - 1910
Em 2011, realizou-se em Paris, pela primeira vez,  uma retrospectiva da obra de Munch, pintor norueguês que foi precursor do expressionismo alemão.

Uma multidão de pessoas organizou-se em filas imensas à frente do Museu George Pompidou.
“Eu pinto linhas e cores que emocionam minha alma (meu olho interior). Pinto expressões de minha infância. Cores que traduzem inquietações de meu passado”.
Com este pensamento desenvolveu sua arte, imprimindo nas telas suas angustias e tristezas.
Ao mesmo tempo, influenciado pela descoberta dos raios x, ultra violeta e raios solares produziu telas com tons mais vibrantes como que buscando a iluminação que faltava a seu espírito. Foi assim que pintou Le Soleil.
Costumava fazer diversas versões sobre o mesmo tema. 
O Grito, obra que o imortalizou, reproduziu uma série de 5 imagens : dois óleos , dois pasteis e uma serigrafia.  A tela retrata o pavor que ele viveu ao sair de um manicômio, em visita à sua irmã lá internada.
Caminhando pelas ruas de Oslo, e ainda ouvindo o grito dos internos do hospício, viu o céu colorir-se de raios avermelhados que lhe pareceram línguas de fogo. A intensidade dos tons e as mãos nos ouvidos, abafando os sons que não queria ouvir, são de um realismo estupendo.
Ironia do destino : daquela dor alucinante surgiu a inspiração para a obra que o consagrou.
Recentemente uma das versões de “O grito”, realizada em pastel, foi leiloada pela Sotheby’s em New York. Esta tela possui na moldura um poema  que Munch escreveu sobre o terror vivenciado naquela tarde, ao qual  ele chamou de “O grito da natureza”.
No leilão, “O grito” do martelo ecoou estrondoso, anunciando a cifra extraordinária de US$ 119.000.000.
Um sucesso que a vida impiedosa o privou de vivenciar.